É engraçado pra caramba fazer aniversário. O mais engraçado é porque presenteiam você justo no dia em que você fica mais velho, mais preocupado, mais responsável, com mais células mortas, com mais probabilidade à labirintite, osteoporose, câncer 0o..e por aí vai. O dia em que todo mundo te deseja felicidade é justo aquele que marca o fato de você ter menos um ano em sua efêmera vida e pobre existência. Não pô!..eu não sou niilista muito menos pessimista, ah bixo, eu sou sincera..rs. As vezes eu fico pensando cá com meus botões..a gente carrega uma caixa cheinha de coisas pra usar desde o nosso nascimento até a nossa “inexistência” real. Para os mais novinhos, a caixinha está cheia de chupetinha, de comidinha melequenta, de boneca sem braço, de carrinho sem roda, de “pereba” no joelho, de bichinho de estimação e uma boutique variadíssima de imaginação. Quando a gente começa a achar que é “gente”, o braço alcança mais fundo a fantástica caixa da vida e dá pra pegar umas espinhas aqui, umas chatices dali, descobertas, namoricos, provas, professores chatos, pais incompreensíveis, umas aventuras sem pé nem cabeça, uma falácia de “não conta pra ninguém” ou então, um inventário de um tal de dialeto giriático que só a “galera” saka, saka? Divertido é perceber que até então, os 18 e belos aninhos são insistentemente esperados. A partir daí, são “outros quinhentos”; a caixinha vira um caixão (caixa grande ..rs) e traz umas pataquadas de responsabilidade pra cá, de preocupação com o futuro pra lá.. auto-cobranças sentidas aos quatro ventos. Na cabeça, o que rola é uma necessidade de independência, de uma liberdade que, com certeza, o fará sentir-se adulto. O anseio pela felicidade se torna minuciosamente mais concreto; os objetivos, mais definidos, sonhadores..algumas vezes utópicos, outras vezes tão simples. É um Deus-nos-acuda!. Mas sim..eu vou parando aqui mesmo, nessa juventude imortal, pra que ninguém pense que eu tenho 50 anos..0o. Mas nem sou eu que faço aniversário, nem sou eu que estou com responsáveis 21 anos,... mas alguém que está intrinsecamente ligado a mim pelo “acaso que brincou”. É ele, Bernardo (meu gato, cherôso – lindo e que amo) que precisa apagar as velinhas e pedir a Deus um renew da AVON...senão ta lascado. (zuerinha). E há tantas coisas boas pra fazer num aniversário...sim, porque apesar de todos as mazelas que a vida passando diante dos nossos olhos pode trazer..usar bem o “kit” da caixinha super-mágica faz um bem que não ta escrito! Enfeitar os dias com sorrisos, paciência...adornos de burrice pra que elas sejam reevistas...perdas, ganhos..banhos! cultura, arte, beijo, chocolate, mãos dadas com o vento, all star sujo, amigos, pessoas chatas, abraço, coca cola, ar, hu-hu-hu, bla bla bla...e o que vier. Não sabe viver quem não ousa ser aquilo que pode...e não o que deve ser. Não merece “feliz aniversário” quem não valoriza os detalhes pra que a vida demore a passar...
Ofereço essas reflexões exasperadas ao meu grande e eterno amor: Bê..
Porque ele sabe viver.
Parabéns meu anjo. Um chêro de grande amor e saudade.