terça-feira, fevereiro 20, 2007

Filmes brilhantes de um mundo "delayed food"


A gente sempre passa por momentos de reflexão acerca da vida...das escolhas, do futuro e dos caminhos a serem tomados...é intrinseco ao ser humano a constante busca pela felicidade...e são sobre essa indagações que eu escrevo em poucas palavras e lembranças de filmes que me marcaram de alguma maneira...Dedico o texto aos amigos, aos colegas viciados em cinema (Milly, Primow ..rsss), e o Sir Bernardo, alguém que me faz esperar muito do porvir!




A verdade é que o futuro não pode ser previsto. É tão obvio, mas ao mesmo tempo tão obscuro crer que nossas escolhas vão construir um porvir friamente desconhecido. O legal foi que aprendi isso na hora certa... porque, geralmente, só pesamos nossas escolhas quando elas são cruciais e urgentes pra que a gente chegue em algum lugar. E falando em tempo, escolhas e futuro, assisti um filme com ótimas companhias e excelentes lembranças... e ele me mostrou que as vezes é melhor “jogar no lixo” algumas coisas da vida, outras, aproveitar, lembrando sempre que é impossível prever o que virá como se prevê o tempo, é lutar contra o vento imaginar que tudo sairá da maneira como planejamos. Afinal de contas, as surpresas do destino não seriam mais surpresas se tivéssemos o mundo nas mãos. Esse filme, “O sol de cada manhã”, conta a história do personagem feito por Nicolas Cage, o simples Homem do tempo vivendo suas frustrações oriundas de escolhas banais...mas escolhas. Os filmes vivem falando disso; da vida... e a vida é um filme sem roteiro, uma ida sem volta, um tempo imprevisto. O mesmo ator teve uma oportunidade no filme “Um homem de família” de acordar e se ver casado com sua namorada de colégio e pai de duas crianças... ao invés de ir para o seu luxuoso escritório contemplar sua vida bem sucedida, entretanto, solitária. Ele pôde ver os dois lados da moeda... ir ou não para a Europa decidiria seus passos no futuro. E foi imaginando os filmes que eu andei de volta pra casa, num fim de tarde regado a baixa temperatura, me vi enquadrada em câmeras numa cena peculiar...: passos lentos, cabeça baixa, mãos no bolso, arvores pelas calçadas, ruas vazias e pensamentos sobre o temido e almejado futuro. E num ato de extrema espontaneidade eu abri os braços, fechei meus olhos, respirei fundo e deixei o vento passar por todo o meu corpo... não tive receio ou vergonha quando um carro passou à minha direita...que pensassem qualquer coisa! O importante foi o que eu pensei, foi o que eu senti. E senti que era livre para fazer escolhas... certas, erradas, precisas ou duvidosas; eu nunca vou saber acerca de um futuro que jamais correspondeu às essas escolhas...isso é inviável no filme da realidade. E como em todo bom filme, a vida tem emoções que sobrepõem toda racionalidade trazendo desafios, insegurança, saudade, tristeza, alegria, algumas conquistas e uma estrada cujo fim esperado é a felicidade. Bingo! A felicidade está justamente em ter uma vida significativa no verdadeiro mundo do fast-food... está em encontrar valores nas idas e vindas das coisas simples, nas pessoas amadas e até no sorriso alheio. Ouvi em “O sol de cada manhã” que a palavra “fácil” não existe no vocabulário de um adulto...entretanto as conquistas se tornam maiores quando fazemos o máximo de esforço para garanti-las. Ouvi quando criança que o gênio da lâmpada não existia, mas hoje, quando abri os braços pra vida, desejei mais de três coisas...desejei submeter minhas escolhas ao meu coração...ele sim, não prevê o futuro , mas o faz inesgotavelmente melhor por estar ligado à aquele que me criou.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Você é mesmo um besta!



É exatamente isso! ...Tudo começou numa conversa msnânica nada normal entre dois filósofos num fim de tarde. Dois amantes da vida...dois bestas que se interessam pelo amor como se fosse o ar que respiram..rs. E foi nessa troca de idéias que chegamos a conclusão de que VOCÊ é realmente muito besta. Eis os autores de tal tese: Samene (eu mesma...) e o grande Davi! (ou seria melhor dizer..Clarice e Pessoa???? hahaha)...muita audácia certamente. Enfim, dedico essa obra a todos os amantes infinitamente bestas! Temos certeza de que você irá se identificar...


O silêncio tomaria o mundo com as mãos se não fosse o amor. O amor não seria amor se não fosse simplesmente BESTA. Os amantes não teriam aquele cheiro de carinho, aquele gosto de sorvete em dia de sol e muito menos sentiriam aquela saudade avassaladora se não fossem bestas. O amor é bestificado pelos eternos amantes bestas...estes que adoram ver poesia em tudo, aroma fugidio em despedidas, risos descontrolados, olhar profundo, beijo dulcificado, longos abraços e palavras cintilantes. A verdade é que a vida sem amor é a vida sem besteira...os dias frios sem amantes são dias frios profundamente gelados e inertes...e o pôr do sol sem a besteira da emoção é um quadro pálido na parede branca. Ver uma coisa besta é ver um casal sentado em qualquer lugar...o mundo se transforma e os pensamentos tomam dimensão intergaláctica; eles somente se olham e pensam:“ Que homem!” ou “ Que mulher!...como se aquele fosse o momento de um ultimo suspiro, em que a mágica lhes trouxe a criatura mais inteira de suas amantes e bestas.

Mas esse bestificar é essencial à vida de todo e qualquer ser vivente. Tenho certeza quase que absoluta que quase todos vocês, leitores desse projeto de escritores em dupla, têm um apelidinho daqueles ridículos que usa um diminutivo neologístico pedaço nome de animal (ou fruta), pedaço nome de país, pedaço um dos 500 sobrenomes do D.Pedro II e que, no fim, se resume num INHO, ou INHA, que soa como a Nona Sinfonia do Ludwig Van nos ouvidos dos pobres e bestas apaixonados. Certo estou também de que todos vocês ficam imaginando zilhões de coisas quando ligam no celular do indivíduo, ou individua (e isso lá existe???) e esse não atende (“deve ta com fulaninha, aquela sirigaita”, ou “vê que sou eu e não atende... vai se ver comigo...” ), mas abre aquele sorriso de gente besta quando o tal do individuo para a bicicleta vermelha na porta com uma flor roubada no canteiro do vizinho dizendo que o carro quebrou, o celular caiu na bacia de água de Sansão, mas mesmo assim ele não poderia deixar de ir lá. Que coisa besta. E linda. O mundo talvez fosse cinza se não fossem coisas besta e coloridas como essa...

E nos entremeios dessas idas e vindas da bicicleta vermelha do Davi e dos amantes iguais a ele ficam as besteiras que são pensadas e faladas diariamente, ao mesmo tempo, nas mais de 6 milhões de cabeças dominadas pelo besta e incrível amor. A condução de duas rodas percorre todo o seu caminho rumo àqueles olhos, sorrisos e coração saindo pela boca... e quando esses caracteres estão distantes, a saudade de gente besta parece câncer... consome..é sempre um exagero! Nada disso seria tão intenso se não fosse besta... aqueles cabelos ao vento não seriam tão perfeitos, ou aquele perfume que entontece não faria ninguém sair de casa na chuva pra pegar aquele ônibus das seis da tarde; talvez aquelas mãos no seu rosto não fossem tão macias, ou então aquele abraço surpresa e o beijo roubado não seriam tão frenéticos; e também ninguém lhe diria “eu te amo” quando você acabasse de acordar... tudo seria um nada se não fosse intensamente besta. Afinal de contas, o ser humano gosta de sentir-se parte de um outro alguém, eles juntam seus segredos, suas manias, seus problemas, seus beijos, suas juras, suas manifestações irracionais, suas loucuras... pra fazer delas uma proposta de vida cheia de cores, luas e puras besteiras.

E é assim que bestas estamos e bestas continuaremos a ser. Com passeios de mãos dadas domingo à tarde pelo parque. Sentados na grama tomando sorvete e melecando o nariz do outro com chantilly. Na porta da escola de havaianas no pé, com o cachorro na coleira esperando o sinal tocar e no fone uma daquelas baladas de amor. Dando toques no celular só pra “dizer” que se lembrou. Dormindo com a foto ao lado da cama, só pra dizer que não se esqueceu. E sempre, na face, aquela expressão de gente besta que aqui no fimzinho do texto pode ficar traduzido para aqueles que ainda não entenderam com cara de gente completa, amada, realizada. Besta. Feliz! =)