terça-feira, dezembro 26, 2006

Fogos de artifício


Incomum é contemplar fogos de artifício no céu do natal. Mais incomum é ter vontade de chorar com todos eles no ar...vê-los foi como realizar um sonho...ouvi-los foi como descansar ao som de contos machadianos. Imaginei a vida como se passasse por uma paralaxe de galáxias, uma locadora de filmes...uma biblioteca central ou uma padaria atrás da minha casa. As cenas se misturavam, tive múltiplos déjà vu’s e inteiros pensamentos que custavam a voltar para o planeta Terra. Percebi diversas manias dos seres humanos... manias daquelas que incitam as mães com seus inconfundíveis “ que coisa feia !”...manias de se acharem imortais, controlados e impassíveis diante do amor; insensíveis aos sorrisos dos olhares alheios e mesquinhos por acharem que suas vontades são superiores às suas renuncias diárias em favor de alguém. Os homens, definitivamente, deveriam ser como fogos de artifício... lançar-se-iam ao céu num impulso extraordinário, e num despossuir de estrelismo, continuariam eternos, mesmo que todo brilho se tornasse invisível. Lá no alto, o barulho anunciaria o esplendor das emoções e em seguida, o silêncio trazendo consigo os questionamentos da razão. Excêntrico pensar em fogos de artifício no natal como a vida dos seres humanos no planeta Terra... primeiro porque os fogos só aparecem na virada do ano e segundo que não é todo dia que se vê um espetáculo da varanda do prédio. Era esse espetáculo que eu gostaria de assistir todos os dias da minha janela; os humanos saindo de suas mediocridades, quebrando os vitrais do medo, fazendo novos e esperançosos sonhos, amando intensamente até que chegassem ao mais intenso prazer de olhar a vida do alto, pra que depois, toda sabedoria adquirida os permitissem se despir do brilho para alcançar lugares desconhecidos. Os fogos que vi iam às alturas para se eternizarem em minha memória... as pessoas que desejo ver são capazes de muito mais.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Desejo...


Quero sumir
Sumir no mapa pra não alcançar com a mão aberta
Sumir pra Copacabana,
Olhar os fogos e confundi-los com estrelas...
Olhar aqueles olhos e esquecer de tudo
Respirar,
Fazer da respiração, uma eternidade;
Sonhar inebriada à meia noite...
Fingir que o tempo parou
Desistir de pensar em meios ou inteiros problemas...
Pensar no amor.
Pensar nos amigos.
Sentir o vento no cabelo, na saia, no pulsar do peito...
Sentir aquele cheiro de praia incitando-me a sentir outros cheiros...
Concluir.
Concluir com meus lábios naqueles;
Concluir o ano como num sonho,
Um simples e inebriante sonho.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Olhos, poemas, canções...


Acordei cedo. Um frio na barriga deixou-me sem fome e procurei coisas para distrair minha mente...mas ela teimava em pensar no pior. Estava pensando em um milhão de coisas e não precisei de nem dez para respirar novamente... Vi aqueles olhos na inusitada tarde de chuva, senti o poema penetrar minha razão e ouvi canções dos ventos que passavam...
Uma tarde incomum...
fechei os olhos para
Respirar bem fundo e sentir aquele perfume invadindo meu ser...
Tocar as mãos e me imaginar olhando o universo de cima, como se fosse ainda a primeira vez.
Olhar seu olhar e sentir aquele olhar daquele que aprovou essa história...
Sentir como seda em meus lábios seu beijo destilando sinceridade.
Ouvir meias ou grandes palavras que soam como piano dentro de mim...
Entender as coisas loucas da vida através de suas maiores viagens de pegadas profundas e braços dados ao vento.
Criar oportunidades na vida, enquanto sem você... elas pareciam ocultas.
Perceber que as dificuldades e duvidas nos encaminha a mais honrosa amizade...
Conhecer seus detalhes, pra que eu possa fazer grandiosidades notáveis;
Olhar o relógio e ver as horas correndo quando o seu sorriso está ao meu alcance...
Ver a diferença sutil entre as palavras dos mortais e seu declamar de poemas à vida;
Alcançar seu coração, quando ele se encontra triste... e ganhar um Oscar ao gerar-lhe um sorriso.
Reconhecer que os dias são dias, exceto quando o vejo; assim eles se tornam canções.

amo.

domingo, dezembro 10, 2006

Pequena observação para um grande momento...

Palavras de hoje...
" Quem nunca se arrependeu
de algo na vida, não viveu o que deveria viver"
Frase do filme "Quase deuses".
Repercurssão em mim: total
Meu desejo: queria que aqueles olhos me vissem como antes
Conclusão: não é hora de se arrepender, há uma vida inteira pela frente...

sábado, dezembro 09, 2006

Seres Gigantes


É... depois de um bom tempo sem postar resolvi deixar de lado as milhões de preocupações enquanto as férias não chegam e fazer as palavras surgirem. Fonte de inspiração? Não os livros ou os filmes os quais amo tanto... mas os amigos; eles sim têm marcado minha vida de uma maneira muuuito especial, sobretudo nos ultimos dias.

Ainda me lembro quando me queixava da falta de amigos. Tempos em que eu idealizava uma amizade perfeita, sem críticas ou restrições. Entretanto, entendi o que a vida custava a me mostrar... vi as sutis diferenças entre meu mundo e o mundo “real”, entre as pessoas verdadeiras e as pessoas falsas... e como sempre, ri de mim mesma. Ri porque meus amigos estavam bem debaixo do meu nariz... descobri esses seres tão especiais capazes de ler meus pensamentos, mergulhar em meus olhos e saber o que eles demonstram sentir. Concluí que amigo é amigo e não importa o que aconteça, eles sempre estarão por perto... entendi porque eles sempre perguntam..”como você está?” esperando a resposta sincera que eu custo a dizer; vi que apenas eles compreendem meus gestos, minhas expressões, meus olhares sem precisar de meias palavras...e então notei que são poucas pessoas que conseguem me tirar risadas, risadas da alma, daquelas que transformam o dia. Difícil acreditar que a vida foi tão massa me surpreendendo com pessoas de brilho nos olhos e corações enormes; difícil acreditar que existem pessoas tão apaixonantes que me ensinam todos os dias o valor que existe nos detalhes, nas palavras, nos olhares, nos jogos, nos desabafos, nos sorrisos, nas lágrimas, no rosto corado, no céu, na terra e no mar... fácil falar que sou um gigante porque tenho gigantes ao meu lado...

Aos seres mais lindos de todos os seres....meus amigos.

quarta-feira, novembro 29, 2006

A carta


Acordei pensando em um milhão de coisas... e nessa explosão de pensamentos encontrei minhas inutilidades. Engraçado perceber que há coisas que você, definitivamente não faz bem...rs. Tomei aquele café da manhã nutritivo de banana com açaí, apelidado por minha mãe de "meleca" e fui dançar... dançar como se fosse a última vez que o faria. Escutei uma história triste mas comecei a rir no final...aquela risada que só quem me conhece sabe como é extravagante; passei vergonha por ter me expressado de tal forma mas entendi o que tinha de entender. [...] Eu tenho uma mania terrível de achar que os maiores problemas só acontecem comigo... então ri do meu egoísmo e pensei bastante se essas minhas inutilidades não significariam utilidades dalí pra frente.

Eis a história detalhada, poetizada e nomes fictícios:


Eram seis horas da manhã quando Clarice levantou da cama e pôs os pés sobre o tapete do quarto; notara o quarto vazio pela primeira vez em sete anos. Dirigiu-se ao quarto de seu filho, que já havia tomado o transporte para o colégio e preocupou-se com a ausência de seu marido. Percorreu o pequeno corredor que não parecia ter fim, e com inobservância trocou os pés, caiu perto da mesa do telefone e pôs-se a chorar. Chorava sem um motivo muito aparente, chorava acintosamente e com aquela dorzinha no peito que não sentia desde que perdeu um filho de seis meses na barriga. Foi até a cozinha e recordou os momentos mais sublimes em sua mente, ela e Rodrigo, fazendo as panquecas que ele tanto apreciava, quando trocavam beijos apaixonados pela casa e ficavam sempre à procura do olhar um do outro, para dizer que a vida era como um final de filme feliz. Foi então que Clarice chegou à geladeira e viu um bilhete pendurado num imã...alegrou-se por um instante, mas perdeu a fala numa breve brisa que passara na hora da desilusão. Ele a deixara, sozinha e com carta nas mãos. Rodrigo conseguiu empedernir o amor no seio de Clarice como uma facada na veia principal... ela não chorou, só soltou um suspiro de dor quando soube em linhas e letras inclinadas que ele a deixara por um outro amor. O final do filme parecia sombrio, sem cor, sem lágrimas, sem palavras e sem sentido... ela pegou o primeiro ônibus com direção a qualquer lugar, e sentada, folheou o álbum de fotografias. Cada imagem era uma lembrança, agora marcada pelo desespero e decepção; cada pontada no peito era sua mente avisando que sua felicidade terminara ali. Foi então que a jovem mulher, de olhos fechados, respirou bem fundo e lembrou-se da ultima frase da carta: “ Não chore, apenas me odeie por não ter a coragem de amá-la como você foi capaz de me amar...” . Enfim, uniu forças, desceu do ônibus e voltou andando para casa, contando cada passo como uma aposta de que a vida continuaria, e a esperança no amor, seria sempre bem vinda.


quarta-feira, novembro 22, 2006

Penso, logo, não sei se existo.




Eu costumo ficar pensando nas coisas...qualquer coisa, desde que eu pense.

E é exatamente esse o problema do homem de hoje: nunca tem tempo pra nada, nem para pensar.

Para o homem moderno, relaxar é viajar, deitar na areia da praia, respirar bem fundo e olhar para o céu.

Não se sabe mais o valor da vida... não se sabe mais namorar, casar...hoje tudo está globalizado, até o beijo, até o amor...

Hoje só se ri do que é realmente muito engraçado e com conotação sexual, hoje todo mundo que ri, sem muito motivo, é um verdadeiro mala.

A depressão deixou de ser uma doença, para ser um estado de espírito. A solidariedade virou ato de doação. Ter é mais vantajoso que ser.

O preço de uma escolha se resumiu em ir ao shopping e ficar indeciso com as compras.

O medo agora se associa ao poder aquisitivo: tem mais segurança quem tem mais dinheiro.

Malícia virou qualidade, carinho agora é dar presentes, ingenuidade virou alienação.

Faculdade é um caminho para o sucesso, e o sucesso agora é para quem tem capital.

A beleza física é essencial, a essência é banal. O cartão de visita é a aparência, que fique de fora a educação.

Hoje, excluir os outros é uma questão de personalidade. Desrespeito é uma auto afirmação. Ganhar é o mais importante. E viver, é gastar o que se ganha.

Vai entender o mundo de hoje! E ainda dizem que o homem evoluiu. Tenho medo de que ele prossiga com toda essa evolução.

Penso, logo, putz, nem sei.

Ética na viração da noite


Meia noite e trinta. Trinta minutos de um novo dia; meus olhos clamam para descansar, minhas mãos seguem a sugestão de minha mente... escrever. Escrever palavras confusas, tortas, interessadas em descobrir coisas novas, esperar o ano acabar para fazer propostas aos meus projetos mais interiores e achar nos ventos, uma novela de final feliz. Lembrei-me do livro o qual estou lendo, “o caçador de pipas”... que me mostrou “não ser verdade o que dizem sobre o passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque de um jeito ou de outro, ele consegue escapar.” É, como se olhássemos a vida por um orifício bem pequeno e se, nunca a vislumbramos fora dele temos convicção de conhecer o mundo. E é o futuro e não o passado que nos fecha dentro dessa cápsula detentora de orifício simples com falsa impressão tridimensional.

Foi então que comecei a pensar nesse tal futuro das pessoas, das que não possuem objetivos e nem esperança de uma vida próspera. E foi nessa hora, mais especificamente que eu pensei em prosperidade... seria ela habitante do plano econômico, apenas? Lembrei-me das instituições religiosas, que a cada dia viram grandes empresas privadas... da política por profissão, da amizade e amor por interesse e de muitas relações defasadas por falsidade. A grande e verdadeira prosperidade de vida não são alcançadas prioritariamente pelo acúmulo de capital, a qualidade de vida está sendo esquecida, enquanto deveria ser o x da questão.

Eu posso até ser “viajada” demais ao pensar em todas essas coisas nos meados do dia seguinte, mas não me conformo em saber que os pequenos orifícios dos muros da existência perpetuem a ingenuidade das pessoas. Enquanto há milhões de cabeças argumentando que todos têm direito à vida digna e esta se consegue pelo trabalho, eu fico lembrando dos trabalhadores semi-escravos que ganham salário de fomenos latifúndios do nosso país... Ironia ao quadrado. Que prosperidade é essa?

Todas as semanas, algumas organizações (famílias, igrejas, corporações, empresas e etc.) se reúnem pelo menos um dia para incentivar a prosperidade do outro e nunca observam a sanidade mental e psíquica de cada um. Os indivíduos se tornaram cheios de suas próprias suficiências e desligados do mundo sentimental; mais vale um homem bem sucedido com um carro zero na garagem da casa própria que o bem sucedido emocionalmente, com mente sã e coração disposto...vivemos a era da ordem no caos. Redundante? Não.

Começo poeticamente e termino poeticamente... porque só a poesia encontra beleza onde não há e coloca esperança onde ela se encerra por si. Há muito mais coisas para se pensar no findar de um dia e início de outro.... os amanheceres têm o poder de renovar as forças. Saudações pt.

quarta-feira, novembro 15, 2006

As flores


Caramba..., estou num momento de extrema mudança em minha mente, que me fez respirar por um instante e me sentir melhor...sabe aqueles dias em que se está cansado de mediocridades e perguntas sem prováveis respostas? Eu simplesmente olhei para qualquer infinito e observei as flores do jardim...olhava insistentemente para o exagero de suas cores, a presença do seu perfume e lembrei-me de outras coisas. Coisas insignificantes, ou marcantes em algumas situações, só dependia de mim, só dependia dos meus conceitos e minha vontade de viver. Descobri um despropósito em meus pensamentos que pensavam outros pensamentos e persistiam em me confundir, o que haveria de tão profundo entre o elo que une a vida ao amor? Aquela não vive sem esta, mas se distanciam como um casal apaixonado que tem que dizer adeus. Um adeus é a demissão da saudade; saudade é o anseio mais ardente de um ser e um convite ao martírio. Anseio é ter esperança no que tem de fato, algum valor. Esperança é saber alegrar-se com fé num depois incerto; fé é alimentar a alma de um desejo que parece perto de se realizar. Desejo é a escada para a felicidade...felicidade é estar seguro consigo e alegrar-se com as situações independente de seus rumos. Alegria é um carnaval no peito e não importa se é fevereiro, o tempo não explica. Já o tempo é uma invenção da ordem, um carimbo da velhice. Velhice é sabedoria, e não importam as cãs...sabedoria é um dom, um atalho para a integridade. Integridade é quando se pensa, fala e age do mesmo jeito. Pensar é refletir, é viajar de barco e sem pressa de chegar. Pressa é a mazela do homem, a imperfeição na perfeição. Perfeição é olhar e não enxergar os defeitos, é preservar a inocência. Defeito é um distúrbio alheio, mas distante em nosso próprio caráter. O caráter é a identidade de um ser e o que lhe faz sensato ou não. Já a sensatez, é um muro bem construído em bases éticas. Ética é aquilo que determina o limite do outro e a minha falta de educação. Limite é o fim de uma ação e o começo de um novo conceito. Começo é o que fiz a vinte e duas linhas acima, sem brincadeira! Bom, brincadeira é mais que coisa de criança, é ser coerente com a verdade: nunca é tarde. Verdade é aquilo que você pensa, projeta em conceitos e defende pela vida. Defesa é usar de um sorriso para retribuir o mal. Sorriso é a expressão sublime de um momento. Momento é um pedaço do filme que você assiste comendo pipoca e guaraná e guarda pro resto dos seus dias. Filme é o que você fez, faz e vai fazer por um bom tempo, eu espero! Esperar é sentar na praia da alma e assistir o pôr do sol sem hesitação. Hesitar é querer antecipar a vida. A vida é um espaço pequeno que possuímos para viver, logicamente. Viver é gostar de si mesmo e aproveitar cada instante...é um aniversário surpresa todo dia. Gostar é perpetuar um olhar... e fazer do olhar, um eterno beijo. Beijar é tentar achar a lucidez numa embriaguez de espírito, é pensar que ama por um instante. Amar é uma pergunta? Uma incerteza? Um desalento? Uma dor?

Uma missão? Uma confusão? Um terremoto? Um vento? Uma explosão? Um paradoxo? Um jogo? Só sei que as flores me trouxeram dúvidas. Sendo uma delas é que se pode saber como é... só amando pra se saber como é. O elo é a interrogação, a dicotomia entre sentir e não sentir, ou melhor, viver e não viver. Mas se amar é viver, e viver é amar, nada melhor que aprender com as flores, que exalam seu perfume, mostram suas cores e deixam escorrer a essência de dentro pra fora. É o que importa para o beija-flor, o que realmente existe dentro de cada uma.

As pêras do porvir


Hoje eu indaguei as mínimas coisas, coloquei minhas poucas palvaras no café da manhã..regado de pêras....hummmm, adoro pêras! Estive num conflito interior, compartilhado pela madrugada adentro mas já amanheci disposta a mudar o mundo das cabeças ao meu redor; disposta a dar um sentido maior às minhas alegrias em detrimento das minhas maiores tristezas. Então, escrevi...deixei meus duzentos quilos de medos e anseios de lado e parti para passear com o vento "vestida de quermesse" a priori em letras e atenções mentais, levemente adoçadas com reflexões de amor...espero que gostem...




As pêras do porvir




Há coisas debaixo do céu maiores do que se imagina. O vento trás notícias a todo instante de que a vida guarda surpresas aos seres e perpetua a ansiedade dos olhares. A maioria das pessoas vive preocupando-se com o futuro, perguntando aos seus atos e escolhas as conseqüências do amanhã; as pêras do porvir. As pêras são adocicadas e deixam uma “areia” nos lábios; são úmidas e refrescam a garganta. A vida proporciona momentos deliciosos e arenosos concomitantemente, inevitável é mudar, viável é contar as estrelas e seguir sonhando em passos curtos a fim de não tropeçar. As chuvas falam em seus sons repetidos e ventos impetuosos que as coisas sempre melhoram no fim de tudo.

E foi com isso e mais Eclesiates 4:4 que me disseram pra não parar no tempo...e eu sigo!