quarta-feira, maio 28, 2008

Notas do acaso.

(Cola do outro blog...só para usuários fiéis a esse..rsrs)...a pedidos.


Nota de prioridade

Nada é suficientemente sincero como a

Insatisfação.

Imagine-se no ano de 2060. Mas também não se imagine protagonizando os jetsons, só sinta o ar pasteurizado entrando nos pulmões. Se você estiver nos plenos 20 e poucos anos como eu, imagine-se velho e feliz; jamais obrigado à fila do INSS. Perceba que a juventude não é eterna, mas que a cara amarrada além de aumentar as rugas, torna chata a experiência.

A algumas centenas de kilômetros de você, haverá lugares conhecidos…e a apenas 10 passos de você, a lembrança eternizada em papel de fotografia ou em qualquer cd que esteja sobre a mesa do escritório. A sua volta, livros empilhados, conhecimento colecionado, releitura das 5 da manha…quando o sono se esvai em detrimento da idade.

Imagine-se assistindo a filmes e tomando chás ou cafés que outrora eram intragáveis. Ou ainda, manifestando-se com aqueles clichês: “mas não era assim”… entretanto, pense em você divagando sobre as aventuras mais cabulosas de sua vida e contando-as como feito heróico. Coisas que no exato dia eram segredo de Estado, mas que agora (o futuro), traz a saudade e o bater compulsivo no peito.

Nota de relevância

Não existe a vida intensa pra ser contada,

Sem os arrependimentos que a acompanha.

Não existem outros meios de contemplar a dinâmica da vida, senão perigosamente. Para tanto, é preciso insatisfação. Por favor, não me entenda mal, a insatisfação que sugiro é aquela que joga a gente de um trampolim num salto mortal rumo à profundidade desconhecida, porém necessária, construtiva. Conformar-se é fácil demais para um ser acostumado a desafios, superações. Chegar ao ano de 2060 talvez nem passe à sua cabeça, talvez você nem chegue lá, ou ainda, você chegará tão adiante, que nem se lembrará de tudo o que já passou. Sob todas as hipóteses, a insatisfação com os lugares, com os conceitos emoldurados, com as regras, com a falta de pessoas, com o excesso delas, com o que dizem, com o que fazem ou omitem, com sei lá..o sexto dos infernos (porque o quinto já esta lotado…) e qualquer coisa a mais, faz a gente sair da zona de conforto imutável para a eterna incerteza criadora do sentido da vida; ser livre não tem preço. Chegar aos 70 e poucos anos dizendo aos quatro ventos que se viveu intensamente, também não tem preço.

Desejo aos jovens, juventude. Desejo aos anciãos, acima de marcas da idade, uma alma juvenil e saudosista.