segunda-feira, dezembro 17, 2007

"Acho que ser feliz é isso"...


“Acho que ser feliz é isso...”. foi exatamente assim que a Milly me disse numa dessas nossas conversas pseudo-filosóficas. É intrigante definir o que é viver, e ainda mais definir com tanta precisão e com tanta vontade expressa nos olhos de revirar o mundo. Será que sabemos? Será que vivemos? Será que...apesar de um tudo que nos rodeia, somos capazes de alcançar a felicidade? Quer saber? Sei lá. Essas histórias que a gente escuta na infância nos posiciona tão esperançosamente diante da vida, que gostaria de voltar a ser pueril. É intrigante perceber que, ao longo do tempo, o sol vai deixando de ficar amarelinho...e pára de sorrir também; a gente vai abrindo mão de ler os outdors nas ruas com aquele entusiasmo de descoberta... começamos a achar que, de fato, somos alguma coisa que não depende de outras muitas coisas. Num belo dia queremos sair de casa e gritar pra todas as avenidas uma liberdade tão jovem, tão lúcida, tão racional. Olhamos no espelho e sequer vemos alguém que, daqui um tempo, receberá visita de netos. Talvez fiquemos ricos, talvez só bem sucedidos, ou ainda vivendo no limite do conforto ou o simples em sua literalidade. Que a miséria seja utópica! Quem dera fosse. Provavelmente seremos bonitos, desde que a TV seja deixada um pouco de lado. Bem talvez isso.. Enfim.. já tentaram dizer tantas coisas sobre a felicidade...há uma versão pra todo gosto; para as revistas de beleza, para os bancos e o sistema, para as universidades, para a astrologia, para os filósofos, para a psicologia,...e falando nela, até Freud foi mesquinho em sua posição acerca da felicidade. E ainda tem uma porção de opiniões sobre o futuro e o mais difícil:..sobre como ser feliz nesse “tabuleiro de xadrez”, vulgo, futuro.

Nesse clima excêntrico de Natal todo mundo quer ser Amélie Poulaim e mudar a vida das pessoas sem passes de mágica. Se for assim, todo dia deveria ser 25 de Dezembro. Nessa época as pessoas ficam aparentemente felizes, realizadas, frenéticas, “iluminadas” pelos enfeites, pelas ruas, pelo brilho nos olhos. Ninguém sabe explicar como as pessoas amam mais suas famílias em dezembro, mais que no resto do ano; os presentes e/ou doações parecem ter vida e principalmente, as ações humanas apontam para o melhor em comparação ao empedernir dos ideais. A verdade é que a felicidade chega e habita em quem diz: “opa...é aqui mesmo.”

Não é preciso ter um carro pra ser feliz...

As melhores conversas surgem quando se caminha sem rumo com alguém que se ama;

Não é necessário agrupar grande fonte de renda pra ter uma vida estável...ou talvez, madura emocionalmente...a mediocridade vem sempre antes que você diga: “se eu pudesse voltar...”

Viajar é preciso, e isso é serio! Gaste com isso.

Não precisa escovar os dentes apressadamente..

Os sorrisos que você dá precisam ser transparentes, sinceros e duradouros.

Chorar faz parte, e chorar muito também, desde que seja um choro fundamentado ...

Enquanto dure a tristeza, a saudade, a felicidade ou sei lá o que.

Você não precisa parar pra pensar...na realidade tudo que você precisa é pensar e agir...nunca parar. A vida é curtinha demais pra ficar boiando.

Pra ser feliz a gente não pode ter medo: tem que oferecer abraço, a mão, os beijos a quem merece, o diálogo, o colo, a sobra dos doces do aniversário...

Pra ser feliz tem que viver em paz, tem que equilibrar as reações que os obstáculos causam. Acredite! Alguém sofre mais que você...o mundo não vai cair sobre sua cabeça. Justo na sua!

Acho que ser feliz é ser simplesmente...ontologia pura e simples. Utopia também. Mas o maior incentivo de procurar a felicidade....com certeza está na nossa capacidade esplêndida de fazer alguém feliz. Gerar um sorriso alheio é bem mais emocionante que sorrir. “Acho que ser feliz é isso”... é ou não é Milly?.

domingo, novembro 11, 2007

Eu?


Sou a personificação da poesia,
Alguém me disse isso um dia...e quando disse,
Sorri.
Sou um estereotipo de cabelos longos e sorriso marcante
E ao mesmo tempo.. uma internalização de desejos impossíveis.
Sou menina que sente frio na barriga quando vê o rapaz,
Que foge da realidade quando precisa descansar...
Que pensa demais, que sente demais e que ama demais.
Sou teimosa em detrimento de caprichos,
Chorona quando a adversidade me atinge...
Entretanto paciente pra ouvir o que for preciso.
Calculo atitudes como se fossem peças de um imenso xadrez...
Decoro as falas da vida como se ela fosse uma peça teatral;
No fundo acredito que é.
Sou ansiosa, chata e invocada...
Mas sou também amiga o bastante pra desfazer lágrimas...
Suave, sonhadora, gentil e impressionante.
Sou organizada com as coisas que considero convenientes;
Adoro verbinhos auto-imperativos: dançar, ler, namorar, acreditar, fazer e acontecer.
Sinto-me satisfeita quando alguém me diz que sou diferente...
Essa é a meta de quase cem por cento das pessoas;
As diferenças são o “q” que fazem acontecer a existência dos seres.
Sou dramática.
Amo detalhes, matizes, surpresas, performances...
Odeio gente sem graça...
Sem vontade, que dá vazão à mediocridade.
Sou indecisa, teimosa.
Minha voz é tão fina que nem nervosa assusta;
Minha alma é tão doce que se desfaz nas homenagens.
Tenho o sabor de fruta no beijo...
E no olhar carrego o desejo de ser alguém maior do que sou.
Conto piada e ninguém ri,
Mas sei dizer a coisa certa na hora certa...
Nem sei de onde vem a vontade de escrever,
Só sei que ela vem.
Confiança nas pessoas é uma coisa que custo a ter
Embora seja difícil tira-la.
Adoro verde, sorvete, banana, dia frio, chocolate
Risada, balada, livro, segredo, blush, roupa nova,
Dança descolada, palavras complicadas, charminho,
Direito, esquerdo também, biscoito recheado, filmes,
Afins e etc e tals.
Eu acho que é assim que eu sou.

sábado, setembro 22, 2007

Aniversário


É engraçado pra caramba fazer aniversário. O mais engraçado é porque presenteiam você justo no dia em que você fica mais velho, mais preocupado, mais responsável, com mais células mortas, com mais probabilidade à labirintite, osteoporose, câncer 0o..e por aí vai. O dia em que todo mundo te deseja felicidade é justo aquele que marca o fato de você ter menos um ano em sua efêmera vida e pobre existência. Não pô!..eu não sou niilista muito menos pessimista, ah bixo, eu sou sincera..rs. As vezes eu fico pensando cá com meus botões..a gente carrega uma caixa cheinha de coisas pra usar desde o nosso nascimento até a nossa “inexistência” real. Para os mais novinhos, a caixinha está cheia de chupetinha, de comidinha melequenta, de boneca sem braço, de carrinho sem roda, de “pereba” no joelho, de bichinho de estimação e uma boutique variadíssima de imaginação. Quando a gente começa a achar que é “gente”, o braço alcança mais fundo a fantástica caixa da vida e dá pra pegar umas espinhas aqui, umas chatices dali, descobertas, namoricos, provas, professores chatos, pais incompreensíveis, umas aventuras sem pé nem cabeça, uma falácia de “não conta pra ninguém” ou então, um inventário de um tal de dialeto giriático que só a “galera” saka, saka? Divertido é perceber que até então, os 18 e belos aninhos são insistentemente esperados. A partir daí, são “outros quinhentos”; a caixinha vira um caixão (caixa grande ..rs) e traz umas pataquadas de responsabilidade pra cá, de preocupação com o futuro pra lá.. auto-cobranças sentidas aos quatro ventos. Na cabeça, o que rola é uma necessidade de independência, de uma liberdade que, com certeza, o fará sentir-se adulto. O anseio pela felicidade se torna minuciosamente mais concreto; os objetivos, mais definidos, sonhadores..algumas vezes utópicos, outras vezes tão simples. É um Deus-nos-acuda!. Mas sim..eu vou parando aqui mesmo, nessa juventude imortal, pra que ninguém pense que eu tenho 50 anos..0o. Mas nem sou eu que faço aniversário, nem sou eu que estou com responsáveis 21 anos,... mas alguém que está intrinsecamente ligado a mim pelo “acaso que brincou”. É ele, Bernardo (meu gato, cherôso – lindo e que amo) que precisa apagar as velinhas e pedir a Deus um renew da AVON...senão ta lascado. (zuerinha). E há tantas coisas boas pra fazer num aniversário...sim, porque apesar de todos as mazelas que a vida passando diante dos nossos olhos pode trazer..usar bem o “kit” da caixinha super-mágica faz um bem que não ta escrito! Enfeitar os dias com sorrisos, paciência...adornos de burrice pra que elas sejam reevistas...perdas, ganhos..banhos! cultura, arte, beijo, chocolate, mãos dadas com o vento, all star sujo, amigos, pessoas chatas, abraço, coca cola, ar, hu-hu-hu, bla bla bla...e o que vier. Não sabe viver quem não ousa ser aquilo que pode...e não o que deve ser. Não merece “feliz aniversário” quem não valoriza os detalhes pra que a vida demore a passar...

Ofereço essas reflexões exasperadas ao meu grande e eterno amor: Bê..

Porque ele sabe viver.

Parabéns meu anjo. Um chêro de grande amor e saudade.

domingo, agosto 19, 2007

Entremos na Kombi amarela.


O segredo do sucesso é o mais procurado de todos os segredos. Ser um vencedor é o que todo mundo deseja. Os valores cultivados por uma sociedade abobalhada pelo prazer de ter, diz exatamente o que o ser humano é. E sim, precisamos entrar na Kombi amarela. Quem já assistiu a comédia-drama “Little miss sunshine” sabe do que eu estou falando. Ah! E outra coisa também que deveriam saber é o que eu sinto cada vez que olho a vida “passando”... eu vejo os vitrais das janelas deformando as pessoas; vejo-as pensando uma coisa e fazendo outra, vejo que muitos valores se perderam e cederam, portanto, seu espaço para os mal falados preconceitos. Assisto os acontecimentos como quem vê um quadro de Salvador Dali e seus super olhos surreais...já que a racionalidade deveria ter levado o homem a seguir outros passos. Suponhamos que, como no filme, estaríamos em busca da vitória num concurso de beleza; todos queremos ser “miss sunshine”, todos desejamos coisas que “na real” são menores que nós...são meras e vãs futilidades sobressaltadas por psicologismos de auto-ajuda, mas mesmo assim, ansiamos demasiadamente por elas. É claro! Se é isso que nos é ensinado a vida inteira... buscar “alamode” (o que está em alta, ou na moda) torna-se muito difícil mudar... até porque mudar Dói..(parodiando Nietszche). É então que, em busca de sonhos inocentes, nos aventuramos a aprender com nossos próprios erros e pagar o preço que for pra ver a estrada da vida diante de nossos olhos pueris. Pegamos tudo que temos e quem amamos e/ou achamos importante (já que não podemos viver só) e jogamos dentro de uma Kombi amarela; ela é nossa única ponta de esperança, nossas pernas pra chegar lá, nosso instrumento...nossa possibilidade de visão. O engraçado é que cada vez que tentamos realizar sonhos incitados pelo inteligentíssimo sistema que nos rege, passamos por transformações profundas durante o processo de conquista... no caminho; a grande luz-oráculo “Kombi amarela” mostra através de suas janelinhas que a estrada é longa, difícil e cheia de renúncias. O legal é que, ao viajar na Kombi amarela enxergamos o que somos e que devemos fazer...: primeiro; somos humanos e segundo... necessitamos voltar à ingenuidade.. precisamos entender que, por mais que as perdas se acumulem, somos vencedores por tentar e, sobretudo, por não anular nossa personalidade. Entrar na kombi amarela mesmo sabendo que ela é velha, “brega” e que precisa ser empurrada pra sair do lugar é entrar na vida consciente dos obstáculos, dos valores e desiludido das futilidades, do que não importa...do que faz o ter sobrepor-se ao ser. A viagem pelo excêntrico veículo de cor amarela nos faz sair de um ponto inconformado da nossa existência, chegar à plena conclusão de orgulho do que somos (sem camuflagens) e voltar ao ponto de onde saímos, como pessoas melhores que outrora éramos. Olive é a grande protagonista do longa, uma garotinha que desejava ser miss sunshine... entrou com toda a sua família ironicamente “anormal” numa velha Kombi amarela em busca de um sonho (ganhar o concurso de miss mirim)...e seus familiares, em busca de auto-afirmação. Ela voltou como a “perdedora” mais vencedora de todas... descobriu quem realmente era... e não quem idealizava ser.

Se cada ser-humano fosse sinceramente ridículo... seria de grande dignidade dizer que vive em vez de dizer que atua na vida.

quinta-feira, agosto 09, 2007

Negação

Nossa!...nem me lembrava mais como postar aqui. rs. As agitações da vida, as viagens, os pensamentos voando por outros ares, as idéias um tanto quanto melancólicas e inacabadas. Sim, mas não morri, e enquanto eu viver escreverei amadorismos sinceros! haha. Se vão gostar de minhas negações? Não faço a menor idéia...., mas esse texto pequeno foi tudo o que eu queria dizer às justiças da vida. Sim, justiças e não injustiças. Justiças ao meu ego despedaçado, saudoso e cheio de um porvir sonhado em todas as noites....

Nunca mais escrevi poemas de amor porque não os achei em mim. Nunca mais quis assistir os filmes de amor porque a fantasia já paira continuamente em minha mente; as coisas poderiam piorar. Há tempos que não ouço canções de amor... há de ser por causa da voz dele, que parece estar em todas as musicas que tocam ao vento. Lembrei-me hoje, que eu costumava dançar pensando numa platéia composta por uma só pessoa: ele. Se parei de dançar? Não, nunca; entretanto minha platéia ficou vazia. Quantos pensamentos líricos de antes...! Agora meus sonhos são menos alados e minhas esperanças, com certeza, mais intensas. Na verdade não sei ao certo se são esperanças fortes ou desesperanças camufladas. Sei e não sei ao mesmo tempo...fecho os olhos e não consigo ver mais nada, ouvir mais nada, sentir mais nada. Ahh...e também aprendi a mentir...aprendi a empedernir a alma numa tentativa de lassitude emocional. Mentiras são estas... menti ao dizer que todas essas coisas foram esquecidas, ou que tiradas do meu cotidiano. A verdade é que sempre digo mentiras para a saudade. A verdade é que os poemas não me abandonam, as canções estão sempre passando e a dança nunca esteve tão sincera. Dane-se esse amor que faz sofrer! Mas pobre de mim se ele não existisse; se ele não fizesse dessa vida medíocre, um poço de sentidos, de existência...de motivos. A razão manda calar-se o momento em que eu olhei nos olhos dele devorando sua essência pela primeira vez....a explosão da alma ordena ao coração que viva a mais sublime e redundante razão natural de amar. Mandaria todos esses milhões de adornos, de flores, de lua, de estrelas e de mel irem procurar seus devidos e coerentes lugares. Triste e feliz, calado em sobressaltos, firme e derretido é o vigor que o perfume dele traz, que o sorriso dele tem e que a certeza de uma vida inteira é vista em seus olhos. Queria não ligar pra essas coisas do amor, queria viver à sombra do gozo sublime, queria a frieza perpetuada em meus dias. Na verdade, estaria pois, a querer a morte...mas sei que no amor, há mais beleza e vida que a própria dor.

Dedico esse texto aos eternos amantes que acreditam no amor sem tantas "flores", mas q sabem porque vivem, e vivem por quem amam...



terça-feira, junho 12, 2007

Música, poesia e o amor.

Nesse exato momento ouço musicas...
Melodias, notas, vozes e letras que falam de amor...
Chuvas de poesia...
Bem-me-queres da harmonia
De um azul colossal mostrando afeto em mil e um dizeres.
Lembrei-me pois que “o amor é fogo que arde sem se ver...
É ferida que dói e não se sente”.
Senti-me, portanto, incapaz de falar sobre o amor.
Vi livros e livros bem comportados nas prateleiras das livrarias...
E saltei-me o olhar para as poesias;
As métricas, as rimas...a sintonia que faz dos parágrafos curtos...
Fantasia.
Eu e você...
Letra e melodia
Métrica e rima
Dança e compass
“Meio por acaso”!
Sim, o mesmo “acaso” que brincou..
Ironizou e juntou os destinos perdidos.
E quão perdido se achava meu coração
Até você encontra-lo!
Que seja! “que seja infinito enquanto dure”!
E do infinito lê-se eternidade...
Que em meio à saudade... torna-se por demais miúda a tristeza.
Então tocou: “e eu que era triste...descrente desse mundo..
Ao encontrar você eu conheci...
o que é felicidade meu amor..”
Abri as portas da vida...
Debrucei-me em doce aconchego
Da felicidade que você me traz.
E é por isso que “eu sei que vou te amar...
Por toda a minha vida.”

terça-feira, maio 01, 2007

Futuro...


Futuro vem andando de longe...quietinho, pacato.
Futuro vem me dizendo pra esperar; me manda cartas, emails, mensagens eletrônicas...
Futuro nem precisa de beneplácito e nem sequer de presciência...
Futuro é forte e sabe o que quer.
E eu que estava andando combalida pelas ruas dessa vida..
Não tinha esperança, visão ou garantia
Até que Futuro me encontrou e vai me ver todos os dias...
Junto ao sol de cada manhã.
E ainda, como de praxe, ora me surpreende, ora deseja me ver chorando
Pelos cantos
Pelas ruas de meu coração.
Futuro também me conta historinhas
Pra que eu desista dos tantos contos de fada de minha fase pueril...
Quão pífio é Futuro!
Entretanto, sua sinceridade me constrange
E me ensina a viver.
Um dia eu quis ser o que sou
Hoje quero ser mais..
E Futuro, aaaah Futuro só ri;
Só olha auspiciosamente pra mim como quem acredita
Nos meus anseios infinitivos de ser e ter
Futuro tem sempre manias de querer mudar a gente
Levar pra longe, trazer pra perto, brincar de desastre,
Fazer surpresa, esconder as pistas, jogar limpo..
Enfim, ele acredita que eu sou mais do penso ser.
Futuro tem o dom, a especialidade de me preocupar...
Acintoso como ninguém
Ele explica como chegarei ao fim da vida seguindo o destino por vários caminhos.
Futuro odeia quando eu me deixo levar pelas circunstâncias..
Ele gosta de ser convidado ao planejamento.
Por mera inobservância, eu não veria Futuro em todas as manhãs,
Pendurado na minha janela...
Mas o horizonte sempre o traz para a mais real de minhas materialidades,
Para me testar e dizer que só o medo afasta o bom e velho Futuro.

terça-feira, abril 03, 2007

Pense nisso

Pense nisso: era uma vez uma menina. Uma menina que nasceu na favela dos capitães numa metrópole qualquer. O pai queria um “macho” e, com raiva do destino, mandou a mulher lavar a criança enquanto ia depressa ao boteco da esquina. Nunca mais voltou. A menina cresceu conhecendo a pobreza e desconhecendo a educação; cresceu, vendo a fumaça do revolver na linha do horizonte... a mercê das satisfações dos homens que conheceu e ainda, conheceu a ausência de um pai, que ironicamente, nunca esteve presente. Numa manha de domingo, a garota com 15 anos vê sua mãe sendo atingida por uma bala a caminho da Rua dos Alborocas e, em prantos, correu dali. Correu o mais rápido que pôde até se lembrar que seu único lugar era sua “casa” em barro e tristes sonhos. E foram desses tristes sonhos que surgiram as oportunidades definhantes de sua vida; a menina que ainda possuía anseios de menina, tornou-se uma mulher por força do acaso. Vendia seu corpo para comer, para sobreviver num mundo hostil e que não dá oportunidade a quem perece à margem do caos. Foi seqüestrada para fazer “serviços” aos traficantes, foi morta e, enfim, jogada no fundo de um rio. Nasceu sem vida e morreu sem conhecê-la. Nos noticiários, no mesmo dia, passava o drama do deputado que estava sendo cassado; o banco que foi roubado; o tsunâmi que se formava no pacífico asiático; o garoto de classe média alta que matou seus pais; os conflitos étnico-religiosos na Europa; o novo líder do BBB... mas da menina, ninguém nunca vai saber.

Qualquer semelhança não é mera coincidência

Qualquer esperança depende de várias boas vontades

É fácil ver cooperativismo disfarçado de demagogia...

Enquanto burocratizam os meios de ação.

Enchem de falácias a barriga do pobre, enquanto ele precisa de respeito...

Acima de qualquer dinheiro, acima de qualquer comida.

Borbulham as mentes que clamam por justiça

E acima da justiça, o amor.

Quem dera afundassem os navios de puro lodaçal medíocre

Dos navegantes desse mundo.

Quem dera essa tal globalização trouxesse esperança à essa razão

Tecida em retumbantes anseios do acaso.

O que fazer se até na união de corpos sucinta o interesse?

O que fazer se ócio de fazer negócio fixou-se em grandes corações?

O que fazer num mundo em que a natureza tornou-se hostil em resposta à hostilidade humana?

O que pensar da Moral, enquanto ela transfere-se ao significado lógico de fazer guerra preventiva?

O que pensar de uma biotecnologia que desvirtua seus interesses fundamentais para brincar?

O que você e um terço da humanidade podem entender sobre softwares, enquanto milhares não entendem sequer de arroz com feijão?

O que imaginar de um planeta que, numa manhã muito quente, vai parar de pensar em petróleo e acordar sem saber o que vai beber?

O que projetar? O que deixar para as futuras gerações?

O que dizer sobre ética enquanto utopia no presente século empedernido?

O que dizer afinal???

Houve um homem na história da humanidade que ensinou a toda uma geração que as leis eram menos importante que o amor; que o respeito era maior que qualquer imposição de instituição; que o mundo pertencia também aos fracos, aos oprimidos, aos doentes e aos excluídos; que causou a inquietação da ordem vigente em nome de um caráter intangível; que falava a verdade sem ser hostil; que olhava as pessoas enxergando o que elas eram e não o que elas podiam oferecer; que valorava o ser, e não o ter; que perdoava sem distinções de indivíduo ou ato praticado; que deixava boquiabertos todos aos quais conhecia; que possuía a sensibilidade de ver a primavera, em pleno vigor do inverno; que quebrava preconceitos enrijecidos nos corações de quem o acompanhava; que foi justo em todos os seus passos; que pedia aos homens, sinceridade pueril....e que morreu a fim de perpetuar esses valores na mente humana e conquistar os corações daqueles que acreditam e querem viver na Graça.

Ser igual ao grande professor Jesus Cristo é uma tentativa de sucesso para mudar o mundo. Pense Nisso.

segunda-feira, abril 02, 2007

Explicações...

Ahh, vou-me embora pra Parságada
Bandeira me convidou.




Não é nem falta de idéias, só não estou tendo tempo de arruma-las para fazer um texto.



um bjo a todos. prometo não demorar muito pra postar...rs

quinta-feira, março 08, 2007

Mulheres...


Dia Internacional da Mulher... a todas elas e aos homens que as amam..



Contentamento pensar em mulheres. Vislumbramento vê-las sorrindo e andando pelas ruas e vidas dos homens mortais. Gracioso compreender que o mundo delas é regado de mais minúcias, de mais palavras, de mais sensibilidade. Virtude é o que acham nos olhos misteriosos de suas noites mais belas e o beijo que faz de qualquer manhã regada de sol e ar fresco. Prudência para estuda-las, a ciência não explica tamanho dom de contornar a vida com meios ou inteiros gestos simples e exuberantes num mesmo espaço de tempo. O mundo desatino encontra nas mulheres a coadjuvante que na verdade, sempre foi protagonista da historia e da alma carente de grandes homens. “Mirem-se nas mulheres de Atenas”, mirem-se nas brasileiras, nas gringas, nas brancas, nas amarelas, nas negras, nas mestiças... simplesmente mirem-se no vigor e na capacidade de amar unívoca de uma mulher. Olhem, pois, quando ela luta por um direito...olhem também quando ela usa aquela roupa e aquela maquiagem para encantar os olhos de seus amantes; percebam que a figura mais delicada dotada de estrutura física naturalmente artística só anseia por uma eternidade de carinhos, de reconhecimento, de auto-afirmação e palavras, meras palavras que fabricam em suas femininas e complexas mentes um efeito colossal. “Divina e graciosa estátua majestosa do amor”, confusa, mas certa de seus objetivos; exigente, mas certa de que merece excelência; as vezes prolixa, mas pintora nata da vida em preto e branco. É a mulher! É o ser que veio dos contos de fadas para a realidade a fim de produzir utopias nos corações alheios... é a criatura que vence a guerra com o olhar, que derrete os corações empedernidos, que acetina os lábios de qualquer ser...e a quem foi concedido o poder sobrenatural da procriação. E os homens ainda filosofam acerca dessas características transcendentais e indagam: “como entender uma mulher?”...e eu os respondo: “não as entenda, apenas as ame.”

Frases de admiradores do ser feminino:

"O maior e melhor item em meio a toda criação divina." (Rafael Bernardo)...sim, ele me ama mesmo! rss

"Mulher é a mais pura prova do amor de Deus para com o homem" (Roberto Nunes)



terça-feira, fevereiro 20, 2007

Filmes brilhantes de um mundo "delayed food"


A gente sempre passa por momentos de reflexão acerca da vida...das escolhas, do futuro e dos caminhos a serem tomados...é intrinseco ao ser humano a constante busca pela felicidade...e são sobre essa indagações que eu escrevo em poucas palavras e lembranças de filmes que me marcaram de alguma maneira...Dedico o texto aos amigos, aos colegas viciados em cinema (Milly, Primow ..rsss), e o Sir Bernardo, alguém que me faz esperar muito do porvir!




A verdade é que o futuro não pode ser previsto. É tão obvio, mas ao mesmo tempo tão obscuro crer que nossas escolhas vão construir um porvir friamente desconhecido. O legal foi que aprendi isso na hora certa... porque, geralmente, só pesamos nossas escolhas quando elas são cruciais e urgentes pra que a gente chegue em algum lugar. E falando em tempo, escolhas e futuro, assisti um filme com ótimas companhias e excelentes lembranças... e ele me mostrou que as vezes é melhor “jogar no lixo” algumas coisas da vida, outras, aproveitar, lembrando sempre que é impossível prever o que virá como se prevê o tempo, é lutar contra o vento imaginar que tudo sairá da maneira como planejamos. Afinal de contas, as surpresas do destino não seriam mais surpresas se tivéssemos o mundo nas mãos. Esse filme, “O sol de cada manhã”, conta a história do personagem feito por Nicolas Cage, o simples Homem do tempo vivendo suas frustrações oriundas de escolhas banais...mas escolhas. Os filmes vivem falando disso; da vida... e a vida é um filme sem roteiro, uma ida sem volta, um tempo imprevisto. O mesmo ator teve uma oportunidade no filme “Um homem de família” de acordar e se ver casado com sua namorada de colégio e pai de duas crianças... ao invés de ir para o seu luxuoso escritório contemplar sua vida bem sucedida, entretanto, solitária. Ele pôde ver os dois lados da moeda... ir ou não para a Europa decidiria seus passos no futuro. E foi imaginando os filmes que eu andei de volta pra casa, num fim de tarde regado a baixa temperatura, me vi enquadrada em câmeras numa cena peculiar...: passos lentos, cabeça baixa, mãos no bolso, arvores pelas calçadas, ruas vazias e pensamentos sobre o temido e almejado futuro. E num ato de extrema espontaneidade eu abri os braços, fechei meus olhos, respirei fundo e deixei o vento passar por todo o meu corpo... não tive receio ou vergonha quando um carro passou à minha direita...que pensassem qualquer coisa! O importante foi o que eu pensei, foi o que eu senti. E senti que era livre para fazer escolhas... certas, erradas, precisas ou duvidosas; eu nunca vou saber acerca de um futuro que jamais correspondeu às essas escolhas...isso é inviável no filme da realidade. E como em todo bom filme, a vida tem emoções que sobrepõem toda racionalidade trazendo desafios, insegurança, saudade, tristeza, alegria, algumas conquistas e uma estrada cujo fim esperado é a felicidade. Bingo! A felicidade está justamente em ter uma vida significativa no verdadeiro mundo do fast-food... está em encontrar valores nas idas e vindas das coisas simples, nas pessoas amadas e até no sorriso alheio. Ouvi em “O sol de cada manhã” que a palavra “fácil” não existe no vocabulário de um adulto...entretanto as conquistas se tornam maiores quando fazemos o máximo de esforço para garanti-las. Ouvi quando criança que o gênio da lâmpada não existia, mas hoje, quando abri os braços pra vida, desejei mais de três coisas...desejei submeter minhas escolhas ao meu coração...ele sim, não prevê o futuro , mas o faz inesgotavelmente melhor por estar ligado à aquele que me criou.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Você é mesmo um besta!



É exatamente isso! ...Tudo começou numa conversa msnânica nada normal entre dois filósofos num fim de tarde. Dois amantes da vida...dois bestas que se interessam pelo amor como se fosse o ar que respiram..rs. E foi nessa troca de idéias que chegamos a conclusão de que VOCÊ é realmente muito besta. Eis os autores de tal tese: Samene (eu mesma...) e o grande Davi! (ou seria melhor dizer..Clarice e Pessoa???? hahaha)...muita audácia certamente. Enfim, dedico essa obra a todos os amantes infinitamente bestas! Temos certeza de que você irá se identificar...


O silêncio tomaria o mundo com as mãos se não fosse o amor. O amor não seria amor se não fosse simplesmente BESTA. Os amantes não teriam aquele cheiro de carinho, aquele gosto de sorvete em dia de sol e muito menos sentiriam aquela saudade avassaladora se não fossem bestas. O amor é bestificado pelos eternos amantes bestas...estes que adoram ver poesia em tudo, aroma fugidio em despedidas, risos descontrolados, olhar profundo, beijo dulcificado, longos abraços e palavras cintilantes. A verdade é que a vida sem amor é a vida sem besteira...os dias frios sem amantes são dias frios profundamente gelados e inertes...e o pôr do sol sem a besteira da emoção é um quadro pálido na parede branca. Ver uma coisa besta é ver um casal sentado em qualquer lugar...o mundo se transforma e os pensamentos tomam dimensão intergaláctica; eles somente se olham e pensam:“ Que homem!” ou “ Que mulher!...como se aquele fosse o momento de um ultimo suspiro, em que a mágica lhes trouxe a criatura mais inteira de suas amantes e bestas.

Mas esse bestificar é essencial à vida de todo e qualquer ser vivente. Tenho certeza quase que absoluta que quase todos vocês, leitores desse projeto de escritores em dupla, têm um apelidinho daqueles ridículos que usa um diminutivo neologístico pedaço nome de animal (ou fruta), pedaço nome de país, pedaço um dos 500 sobrenomes do D.Pedro II e que, no fim, se resume num INHO, ou INHA, que soa como a Nona Sinfonia do Ludwig Van nos ouvidos dos pobres e bestas apaixonados. Certo estou também de que todos vocês ficam imaginando zilhões de coisas quando ligam no celular do indivíduo, ou individua (e isso lá existe???) e esse não atende (“deve ta com fulaninha, aquela sirigaita”, ou “vê que sou eu e não atende... vai se ver comigo...” ), mas abre aquele sorriso de gente besta quando o tal do individuo para a bicicleta vermelha na porta com uma flor roubada no canteiro do vizinho dizendo que o carro quebrou, o celular caiu na bacia de água de Sansão, mas mesmo assim ele não poderia deixar de ir lá. Que coisa besta. E linda. O mundo talvez fosse cinza se não fossem coisas besta e coloridas como essa...

E nos entremeios dessas idas e vindas da bicicleta vermelha do Davi e dos amantes iguais a ele ficam as besteiras que são pensadas e faladas diariamente, ao mesmo tempo, nas mais de 6 milhões de cabeças dominadas pelo besta e incrível amor. A condução de duas rodas percorre todo o seu caminho rumo àqueles olhos, sorrisos e coração saindo pela boca... e quando esses caracteres estão distantes, a saudade de gente besta parece câncer... consome..é sempre um exagero! Nada disso seria tão intenso se não fosse besta... aqueles cabelos ao vento não seriam tão perfeitos, ou aquele perfume que entontece não faria ninguém sair de casa na chuva pra pegar aquele ônibus das seis da tarde; talvez aquelas mãos no seu rosto não fossem tão macias, ou então aquele abraço surpresa e o beijo roubado não seriam tão frenéticos; e também ninguém lhe diria “eu te amo” quando você acabasse de acordar... tudo seria um nada se não fosse intensamente besta. Afinal de contas, o ser humano gosta de sentir-se parte de um outro alguém, eles juntam seus segredos, suas manias, seus problemas, seus beijos, suas juras, suas manifestações irracionais, suas loucuras... pra fazer delas uma proposta de vida cheia de cores, luas e puras besteiras.

E é assim que bestas estamos e bestas continuaremos a ser. Com passeios de mãos dadas domingo à tarde pelo parque. Sentados na grama tomando sorvete e melecando o nariz do outro com chantilly. Na porta da escola de havaianas no pé, com o cachorro na coleira esperando o sinal tocar e no fone uma daquelas baladas de amor. Dando toques no celular só pra “dizer” que se lembrou. Dormindo com a foto ao lado da cama, só pra dizer que não se esqueceu. E sempre, na face, aquela expressão de gente besta que aqui no fimzinho do texto pode ficar traduzido para aqueles que ainda não entenderam com cara de gente completa, amada, realizada. Besta. Feliz! =)

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Fogos de artifício (continuação)


Ano novo, vida nova... fogos novos, esses agora de virada ( nada incomum). Dessa vez, fiquei indecisa se olhava pro céu ou para o lado... no alto lembrava-me das “pessoas fogos de artifício” que imaginei...e logo à minha esquerda, o maior exemplo dessas tais pessoas; o homem a quem amo. Respirei fundo e conclui exatamente como imaginava em Copacabana. [ para compreender essas palavras, favor ler os textos Fogos de Artifício e Desejo]. Enfim, entendi porque os dias cinza tomam cor quando a gente explode no ar, quando a gente descobre que o tempo passa, mas deixa experiências eternas em nossa mentes pensantes e corpos mortais. Essa teoria dos dias cinza nasceu numa das conversas hiper-produtivas com o grande Davizim via msn... segundo ele, esses dias melancólicos nos faz questionar o porquê de todas as coisas, nos coloca no “umbigo das angustias” do mundo. E toda essa sensação...que tanto eu como o Davi sabemos bem... como bons melancólicos, espirituosos e sartrianos..rs é solapada através do amor. Não existe maneira mais eficaz de viver os dias com intensidade, de ver esculturas na nuvens, de andar de mãos dadas com o vento, de sorrir, de chorar, de ser amigo e de construir céus para brilhar neles a cada pôr do sol. Muitas vezes ficamos indecisos entre os nossos maiores anseios e nossos maiores sentimentos... descobri que é mais que possível decolar com o amor...é necessário. Se não formos amantes, não conseguiremos fazer dos dias, canções... e das canções, constelações... e essas servirão pra gente sentar nas estrelas de vez em quando, nas horas vagas e nas horas mais impróprias para ver de lá como são sempre lindas as pessoas que amamos. Servirão pra fazer dos dias e das noites, mais idiotas; das cartas... à maneira de Pessoa, simplesmente mais ridículas... e do nosso sorriso, o mais bobo possível. Mas exatamente onde eu quero chegar? Quero chegar à essência do que é ser fogo de artifício...fênix, avião de aquarela, balão mágico... quero que o mundo inteiro sinta o que eu senti quando o relógio bateu meia noite na incrível porta do meu coração. Ele ordenou à minha razão que eu só me lançasse às alturas, impulsionada pelo amor.

Dedico esse texto a todos que anseiam colorir seus dias cinza... Respirem bem fundo e lancem-se ao céu como fogos de artifício “fora de época”... mas não se esqueçam do amor que carregam dentro de si, não se esqueçam de acorrentar a alma com os mínimos detalhes da vida... não se esqueçam de voar.