quarta-feira, novembro 22, 2006

Ética na viração da noite


Meia noite e trinta. Trinta minutos de um novo dia; meus olhos clamam para descansar, minhas mãos seguem a sugestão de minha mente... escrever. Escrever palavras confusas, tortas, interessadas em descobrir coisas novas, esperar o ano acabar para fazer propostas aos meus projetos mais interiores e achar nos ventos, uma novela de final feliz. Lembrei-me do livro o qual estou lendo, “o caçador de pipas”... que me mostrou “não ser verdade o que dizem sobre o passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque de um jeito ou de outro, ele consegue escapar.” É, como se olhássemos a vida por um orifício bem pequeno e se, nunca a vislumbramos fora dele temos convicção de conhecer o mundo. E é o futuro e não o passado que nos fecha dentro dessa cápsula detentora de orifício simples com falsa impressão tridimensional.

Foi então que comecei a pensar nesse tal futuro das pessoas, das que não possuem objetivos e nem esperança de uma vida próspera. E foi nessa hora, mais especificamente que eu pensei em prosperidade... seria ela habitante do plano econômico, apenas? Lembrei-me das instituições religiosas, que a cada dia viram grandes empresas privadas... da política por profissão, da amizade e amor por interesse e de muitas relações defasadas por falsidade. A grande e verdadeira prosperidade de vida não são alcançadas prioritariamente pelo acúmulo de capital, a qualidade de vida está sendo esquecida, enquanto deveria ser o x da questão.

Eu posso até ser “viajada” demais ao pensar em todas essas coisas nos meados do dia seguinte, mas não me conformo em saber que os pequenos orifícios dos muros da existência perpetuem a ingenuidade das pessoas. Enquanto há milhões de cabeças argumentando que todos têm direito à vida digna e esta se consegue pelo trabalho, eu fico lembrando dos trabalhadores semi-escravos que ganham salário de fomenos latifúndios do nosso país... Ironia ao quadrado. Que prosperidade é essa?

Todas as semanas, algumas organizações (famílias, igrejas, corporações, empresas e etc.) se reúnem pelo menos um dia para incentivar a prosperidade do outro e nunca observam a sanidade mental e psíquica de cada um. Os indivíduos se tornaram cheios de suas próprias suficiências e desligados do mundo sentimental; mais vale um homem bem sucedido com um carro zero na garagem da casa própria que o bem sucedido emocionalmente, com mente sã e coração disposto...vivemos a era da ordem no caos. Redundante? Não.

Começo poeticamente e termino poeticamente... porque só a poesia encontra beleza onde não há e coloca esperança onde ela se encerra por si. Há muito mais coisas para se pensar no findar de um dia e início de outro.... os amanheceres têm o poder de renovar as forças. Saudações pt.

2 comentários:

Anônimo disse...

que sensibilidade! parabéns!!

Anônimo disse...

Bem verdade isso tdo, quantos valores perdidos.
Onde esse mundo quer chegar!? tenho medo. ah.. Sempre venho aqui ver se tem novidades. rsrs
Bjoo linda