sexta-feira, agosto 15, 2008

...


Parece simples pensar numa resposta quando te perguntam o que é a saudade. Até hoje, pensei que sabia o que era.
Sabe aquele lance de que sentir fome é muito mais intenso que a vontade de comer? Acho que saudade é mais forte que sentir a falta.
Tentei por muitas vezes “tapear” a vida com reações normais e aparentemente sadias...mas a saudade, hoje, me confundiu os sentidos, me fez mastigar as jujubas em vez de lamber o açuquinha antes (como de costume), me fez perder o ônibus..me fez pegar um táxi, me fez usar um perfume antigo, me fez perder a fome (isso é bem raro), me fez sentir um gosto só porque um cheiro percorreu os ares até meus poros sentirem. A conseqüência de praxe; “arrepiei”... essas coisas de ser-humano bobo, mas exageradamente humano. Eu não queria falar que o “friozinho na barriga” também rolou, mas se é pra jogar limpo, eu confesso.
Não, não chorei. A corrosão foi só por dentro. Ri e percebi tudo ao meu redor em câmera lenta. Estava frio e o casaco não esquentava nada. As pessoas falavam, mas ressoava em mim, algumas canções iniciadas em dó. Foi estranho, mas foi real. Foi intenso, mas desmanchou as esperanças. Foi sonho e pesadelo, mortal e etéreo. Simplesmente foi e eu conheci o que era saudade.



" Lembrei do dia que te conheci
Lembrei de quando segurei sua mao
Por que e que tudo tem ser assim
Lembrei de quando vi voce partir

Mas se voce voltar
Tras de volta meu coracao
Mas se voce voltar
Nao esquece do meu coracao
Que nao quer parar
Teima em bater
Por voce" (Leo Verão)

sexta-feira, julho 25, 2008

Nothing

Busca loucura sadia, pois a realidade é fragil.

quarta-feira, junho 11, 2008

"Seja bem vinda, ...Felicidade!"


Sabe aquele livro bom??
Releiam.
Sabe aquele filme sensacional? Ou até aquele que nem era tão bom, mas que foi visto com a pessoa certa, na hora certa e no melhor lugar?
Então...relembrem.
Sabe aquele vinho bom? E aquele almoço fabuloso? Aquela festa inesquecível?
Viva e sinta tudo de novo!
Sabe aquele amor cheio de historia pra contar?
Aquele beijo que entorpece?
Aquele olhar estonteante?
E aquele cheiro que divaga o pensamento e desnorteia os sentidos?
Pois é... aproveitem.
Não só aproveitem, mas repitam a cada nascer do sol:
“que seja eterno enquanto dure”
E que dure enquanto existir eternidade...
Enquanto o calor humano for a melhor solução pra qualquer tipo de frio,
Que dure e subsista à saudade,
Que seja forte e paciente,
Divertido
Consciente!
Que surpreenda...
Que seja tão agradável como tardes de sol,
E tão gostoso quanto às noites com chuva...
Que envolva
Que permeie a certeza de forma surreal,
Que fuja do pseudo-romantismo
Pra ser intenso...incrivelmente intenso.
Que seja como um filme bom,
Mas que não acabe...
Que seja como o meu romance,
Meu desejo, meu mistério.
Alias, desejo a todos um amor como o meu...
Um “par perfeito” como o meu,
Risadas como as minhas quando ao lado dele estou..
Loucura como a minha que só encontra sanidade
Com o seu abraço,
Batimentos cardíacos como os meus quando o vejo..
Respiração cronometrada pelo simples cheiro...
Pelas palavras ao ouvido, pela proteção...
Desejo um dia dos namorados feliz pra quem namora...
Esperançoso pra quem não namora.
Mas pra mim e pra ele...
Ahhh... os dias sempre foram incomuns.
O sol desponta e nosso coração converte-se em templo
De um amor puro e suave...
A noite vem e a esperança brota de uma respiração profunda
Que anuncia: “Seja bem vinda,... felicidade!”.


Amor...sem mais palavras
Te amo. indubitavelmente.

quarta-feira, maio 28, 2008

Notas do acaso.

(Cola do outro blog...só para usuários fiéis a esse..rsrs)...a pedidos.


Nota de prioridade

Nada é suficientemente sincero como a

Insatisfação.

Imagine-se no ano de 2060. Mas também não se imagine protagonizando os jetsons, só sinta o ar pasteurizado entrando nos pulmões. Se você estiver nos plenos 20 e poucos anos como eu, imagine-se velho e feliz; jamais obrigado à fila do INSS. Perceba que a juventude não é eterna, mas que a cara amarrada além de aumentar as rugas, torna chata a experiência.

A algumas centenas de kilômetros de você, haverá lugares conhecidos…e a apenas 10 passos de você, a lembrança eternizada em papel de fotografia ou em qualquer cd que esteja sobre a mesa do escritório. A sua volta, livros empilhados, conhecimento colecionado, releitura das 5 da manha…quando o sono se esvai em detrimento da idade.

Imagine-se assistindo a filmes e tomando chás ou cafés que outrora eram intragáveis. Ou ainda, manifestando-se com aqueles clichês: “mas não era assim”… entretanto, pense em você divagando sobre as aventuras mais cabulosas de sua vida e contando-as como feito heróico. Coisas que no exato dia eram segredo de Estado, mas que agora (o futuro), traz a saudade e o bater compulsivo no peito.

Nota de relevância

Não existe a vida intensa pra ser contada,

Sem os arrependimentos que a acompanha.

Não existem outros meios de contemplar a dinâmica da vida, senão perigosamente. Para tanto, é preciso insatisfação. Por favor, não me entenda mal, a insatisfação que sugiro é aquela que joga a gente de um trampolim num salto mortal rumo à profundidade desconhecida, porém necessária, construtiva. Conformar-se é fácil demais para um ser acostumado a desafios, superações. Chegar ao ano de 2060 talvez nem passe à sua cabeça, talvez você nem chegue lá, ou ainda, você chegará tão adiante, que nem se lembrará de tudo o que já passou. Sob todas as hipóteses, a insatisfação com os lugares, com os conceitos emoldurados, com as regras, com a falta de pessoas, com o excesso delas, com o que dizem, com o que fazem ou omitem, com sei lá..o sexto dos infernos (porque o quinto já esta lotado…) e qualquer coisa a mais, faz a gente sair da zona de conforto imutável para a eterna incerteza criadora do sentido da vida; ser livre não tem preço. Chegar aos 70 e poucos anos dizendo aos quatro ventos que se viveu intensamente, também não tem preço.

Desejo aos jovens, juventude. Desejo aos anciãos, acima de marcas da idade, uma alma juvenil e saudosista.

sexta-feira, abril 25, 2008

Acontecer.


Mas por que exatamente a vida segue?
Por que nos consolam frequentemente com essa historia de que “a vida segue”?
Ela poderia simplesmente acabar quando a loucura nos sobreviesse,
Ou quando as circunstâncias se tornassem penosas demais,
Com martírios demais,
Sufocantes demais e
Com intensa sorte de menos.
Na verdade, um mundo com uma vida que não segue, jamais conheceria
A coragem
A determinação
A força
A saudade, o amor, a maturidade,
A sabedoria, as historias pra contar, o riso...o choro também;
O esforço, o sonho e a própria razão humana
De tão pura e simplesmente dedicar-se à arte de viver...
E de seguir, claro!
A serotonina precisa ser vendida por aí...
Os moldes de atuação estão mecânicos,
Severos,
Chatos. Quase ninguém mais ri à toa...
Conselho: precisamos comer feijão.
É que ouvi dizer que feijão é rico no precursor da serotonina...
E nem me pergunte quem é o tal precursor.
Mas é isso, as pessoas estão castigadas num cubículo onde se possui 24 hras para ser tudo...
Menos alguém normal.
A maioria se conforma e vai caminhando no escuro...
Uma minoria se impõe
E acaba achando a felicidade.
Felicidade...
Se a vida, de fato, não seguisse,
Seria complicadíssimo ver felicidade a passear
De saia e chinelinho.
Seria incompreensível assistir as coisas passando...
Óbices superadas...
Ver a vida seguir é caminhar com ela,
Ficar olhando é só o primeiro passo pra rabiscar
De cores o que já é, intensamente preto e branco.
Seja com passos largos, seja cautelosamente.
Seja a pé, seja de avião...
O que, na verdade, importa
É acontecer.

sábado, março 01, 2008

Anticurso de Progresso.


A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda. (Mário Quintana)


O homem anda, encontra a pedra e desmantela. Os raros que persistem em seus objetivos humanisticamente sinceros são criticados no percurso pra depois serem reconhecidos como mártires...enquanto na verdade, na mais sutil verdade, todos os homens deveriam estar no “topo” da ingenuidade... Da mesma ingenuidade percebida no filme “Meu nome é radio” (quem ainda não viu, vale a pena ver). A roda é uma “mão na roda”, é um “jeitinho brasileiro” que sempre alcança todo o Mundo. E todo esse Mundo business for all é regido pela preguiça; pela preguiça insistente, mesquinha, instintiva e é claro, cretina conforme manda o figurino...chega a ser uma nota de Dólar com a fotografia de George Bush abraçado a Fidel Castro. Mesmo assim, reina a preguiça. E viva a preguiça!.
Viva a riqueza que olha a pobreza de longe e a manda pro inferno...preguiça cartesiana de enxergar que são todos farinha do mesmo saco...ouro do mesmo cofre; que seja! Viva as necessidades cognitivas e interacionais do brilhantismo humano que criam um povo sacana. Que se eternizem os biscates de caráter!
Viva a musicalidade do “creu”. É a mais perfeita mostra da pior preguiça: a preguiça de pensar. E olha que Nietzsche avisou: “pensar dói”.
Viva a natureza solapada, a civilização egocêntrica, a globalização não-global, as negociações hipócritas, os “disse-me-disse”, os preconceitos vestidos de ética fajuta...
Enfim, viva a todas essas RODAS inventadas e fadadas ao PROGRESSO caótico: o que anda pra frente, mas não evolui.

domingo, fevereiro 17, 2008

Síndrome da adultescência (versão Samene Richard)


Há tempos que eu tento escrever alguma coisa bacana...simplesmente não consigo. Vivi dias que mesclaram frustração diurna com boas jogadas a la “bem com a vida” no fim de tarde. Olho o relógio de minuto em minuto pensando que alguma novidade vai discar o meu número pra me contar segredinhos da vida, ou então me oferecer alguma oportunidade irrecusável. Torço pra que as noites sejam longas e os dias mais curtos...o pior é que é sempre o contrario. A verdade é que as coisas andam meio embaralhadas; ou sou eu quem está sofrendo de miopia? O termômetro verifica 50° do meu corpo, e eu não estou com febre; será minha cabeça num lapso exageradamente quente?
E no meio de tantos neurônios tontos eu dou de cara com uma coisa que eu chamo de síndrome da adultescência. Nada que meus 21 anos recém completados não denunciem. Esse lance de provar pra vida que as coisas são pequenas diante da sua capacidade; de desacreditar em destino certinho, medíocre; de querer dar uma de maduro o suficiente pra fazer e acontecer; de trilhar caminhos diferentes dos de costume pra ter o orgulho de dizer que chegou ao destino esperado; de ter o prazer de olhar um adolescente qualquer e dizer a mesma babaquice: “é, eu já passei por isso.”; de ficar só e se sentir bem estando só; de morrer de rir na rodinha de amigos relembrando as idiotices remotas; enfim, de todas essas coisas que conotam independência e mostram o status no franzir da testa onde está escrito: “yes, eu mando em mim!” embora a consciência sinta um desespero quase que alérgico. É engraçado.
Essa parte da juventude tem um slogan de diversas responsabilidades fundamentais pra que a gente se torne um ser - humano “legal”. O processo é um tanto quanto esquisito, mas o “chegar lá” é sim, muito legal. Trata-se de encarar as coisas de um jeito bem simples, sem atropelar as etapas, sem inventar tropeços precoces, sem excessos, sem desânimos...sem essa cara de 60 anos estampada no kilos de preocupações desnecessárias. Ser um “adulto” não é lá um bicho de sete cabeças...mas um de dez! Só que a gente esconde umas duas cabeças com boas risadas e bons amigos, outras três com um bom romance pra contar daqui a algum tempo pros filhos; mais duas a gente elimina viajando pra qualquer lugar cujo destino esteja no rol de promoção em qualquer site de qualquer cia aérea, ônibus, ou jegue disponível; outras duas cabeças a gente corta fora do bicho quando a alma de criança aflora por algum motivo e brincamos de ser feliz na maior pose ingênua, gentil e excentricamente sincera...Ahhhh, e já que a gente precisa - estudar, pensar, contar, escrever, viajar, cantar, dançar, viver - pra tentar algum dia ser um alguém de “meia idade” satisfeito...deixaremos a ultima cabeça no lugar! Afinal, até lá teremos que merecer pelo menos um cartão de crédito sem o maldito limite da conta universitária e é claro, juízo na cabeça (que a gente acha já que tem).

quarta-feira, janeiro 30, 2008


Feliz aniversário pra mim.
Estou mesmo precisando que seja feliz.
Feliz e simples, como sempre foi.
Quero que as surpresas esse ano não sejam tão evidentes,
Que sejam mais irônicas, mais perspicazes, mais inteligentes.
Quero amigos, lembranças boas...por que não as ruins?
Preciso esquecer as obrigações e enfatizar os sonhos..
Enfatizar também, os meios de garantir os sonhos.
E amar. Amar em primeiro lugar a mim mesma,
Com especialidade, inteireza e paixão.



segunda-feira, janeiro 28, 2008

Mais verdades sobre o amor.


É interessante falar do amor..muita gente fala sobre ele até. Desse amor que basta olhar pra ter certeza; dessa aventura racional de olhar alguém cheinho de defeitos e simplesmente amar. Cuidar cativamente do olhar de alguém, como se fosse o ultimo dia da existência; tocar as mãos como se elas demonstrassem a certeza de uma proteção surreal; respirar num beijo como quem procura respostas ao momento intenso; estender os braços num abraço sinceramente inteiro. A verdade é que o amor se explica quando aquela feição de “eu sabia que você ia dizer isso” aparece no rosto; quando você entra em qualquer fria pra ver que o outro ficou deslumbrantemente feliz...quando você pára o tempo e as circunstâncias pra dizer “eu te amo” sem qualquer motivo explicativo, só o fator gerador da existência. Outro dia assisti uma comédia romântica (pela 246474849493736262528413256ªvez), que me marcou ainda na pré-adolescência.. “Um lugar chamado Notting Hill”. Falei comigo mesma que num futuro qualquer, ia saber de pronto o rapaz que me faria ser uma “amante do amor”. Adorava rever a cena em que Julia Roberts (Anna Scott) dizia: “está aqui uma garota, parada na frente de um rapaz, implorando a ele para amá-la”. Eu me imaginei dizendo isso tudo com um olhar, e deu certo; foi quase que um Deja Vu. Tem que “rolar a química”; e olha que eu já tentei inúmeras vezes desclassificar essa tese de “química”, mas não deu muito certo, ela existe e isso é fato.

É fato também que as madrugadas ficam vazias
Quando o sonho não percorre terrenos de quem se ama.
Os desejos ficam tímidos se a impulsão daquela voz doce,
Por algum acaso, não existir.
Até os detalhes super-coloridos perdem seus objetivos
Diante da falta.

Na verdade, na grande e gentil verdade, o amor é coisa viva, humana e sábia; silencioso na descoberta e estrondoso na capacidade estranha de reconhecer alguém num “pedestal” maior que o seu.
Dizer que ama é uma virtude, e só vale para corajosos.

Portanto, eternize o amor.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Entretantos...


Um verdadeiro culto à vida é cheio de entretantos. Coisas caricatas vivem acontecendo; pessoas dos mais diversos formatos vivem passando, os aprendizes nos seguem, nós seguimos os mestres, ouvimos música boa porque é pura frenesi, choramos por amor, rimos por amor, endoidamos por paixão, por preocupação... falamos seriedades, banalidades, meras palavras. Entretanto, num é que a gente esquece de viver os momentos mais up dessa nossa existênciazinha curta pra caramba?!

O espaço temporal requer a coragem dos mortais. O mundo precisa de sobressaltos, de visionários e não de entretantos. F. Pessoa já dizia: “navegar é preciso, viver não é preciso”. Navega quem viaja, quem ri, quem aposta nas miudezas, quem acaba alcançando as grandezas, quem sabe que o futuro é um barco a vela que faz a gente chegar numa ilha deserta qualquer pra viver de lembranças felizes, proveitosas e incrivelmente boas de se contar. Nada disso precisa de burocratismo intermitente, muito menos de precisão (Pessoa também já sabia disso); a gente é que vive pra complicar demais as coisas, pra diminuir as capacidades, pra engolir mais que mastigar, pra se encher de pseudo-ética, pra acorrentar a chance no pessimismo e ainda por cima fazer de conta que a vida é uma novela de final esperado, coeso e teoricamente feliz.

Tolice dizer “entretanto” para a existência. A essencial virtude de SER está nos “sobretudos”, “principalmentes”, “mais ainda”, “tantos quantos”...no carão de chegar diante das dificuldades e manda-las pra merda. Essa desumana dilação da esperança só pode ter sido criada pela mente dos mortais... pelos olhos dos que levantam bandeira branca antes do prazo, pelo erro fatal da desistência.

Nunca se esqueça de não dizer um “entretanto” pra ser de um jeito ou de outro, feliz.

Ame pelo simples fato de não pendurar nenhum “entretanto” no pescoço da pessoa amada.

Lute pelo que deseja, mesmo que o monstro do seu guarda-roupa seja um enorme “entretanto”.

Viaje, mas não leve conjunções.

Sorria, mas o fato de não estar na Bahia não é um terrível “entretanto”.

Respire, dance, cante, pague micos, pague pau, delire-se, alongue-se, clame por adrenalina, acalme-se, sinta, cheire, beije, brinque, estude, durma, fale.....

ENTRETANTO, seja feliz.